No primeiro semestre de 2023, foram vendidas 636,67 mil cotas de consórcio de motos, um crescimento de 7.9% em comparação ao mesmo período do ano passado. Segundo a Associação Brasileira das Administradoras de Consórcio (ABAC), o segmento de motos é o segundo maior em volume no sistema de consórcios, com 2,73 milhões de participantes ativos, atrás apenas do de veículos leves.
De janeiro a junho de 2023, foram contemplados 359,3 mil consumidores - alta de 8,8% em relação ao primeiro semestre de 2022. De acordo com a ABAC, o volume correspondeu a 46,1% das 779,65 mil motos vendidas no período. Ou seja, quase uma em cada duas motos foi adquirida por meio de consórcio.
Apesar de popular, o consórcio ainda gera muitas dúvidas entre quem pretende comprar uma moto. Muitos consumidores se perguntam se vale a pena comprar moto por consórcio. Mas, antes de responder a essa pergunta, é preciso entender como funciona a modalidade.
Como funciona o consórcio
Tipicamente brasileiro, o consórcio funciona como uma espécie de autofinanciamento. Um grupo de pessoas físicas ou jurídicas pagam parcelas mensais para formar uma poupança para adquirir uma moto. A gestão desse grupo fica a cargo das administradoras de consórcio, que cobram uma taxa por isso.
O prazo e o número de cotas devem estar previstas em contrato. O valor da moto, então, é dividido pela duração do consórcio e cada integrante paga uma fração desse valor.
Todo mês, a administradora sorteia parte do fundo para que um ou mais integrantes do grupo sejam contemplados, quer dizer, "comprem" a moto com aquele valor. Também é possível dar lances que, caso sejam vencedores, também são contemplados.
Uma das vantagens da modalidade é que não possui juros como o financiamento, explica Alexandre Caliman Gomes, diretor da Consorciei, plataforma online de venda e compra de consórcios.
Embora não tenha juros como o financiamento, o consórcio tem uma taxa de administração. Outro detalhe importante é que as parcelas são corrigidas de acordo com o valor do bem escolhido. Por exemplo, quem compra um consórcio de uma moto verá as parcelas aumentarem juntamente com os eventuais reajustes de preço do modelo.
Vale a pena comprar moto no consórcio?
A principal vantagem do consórcio, para quem não tem dinheiro para comprar a moto à vista, é que a modalidade não possui juros como o financiamento, explica Alexandre Caliman Gomes, diretor da Consorciei, plataforma online de venda e compra de consórcios.
A modalidade também é interessante para quem não tem disciplina para poupar mensalmente e fazer a compra à vista. Dessa forma, o consórcio acaba funcionando como uma poupança, pois a pessoa se "obriga" a pagar uma parcela mensal. "O diferencial é que o cliente tem acesso antecipado ao que almeja", ressalta Gomes, referindo-se aos casos em que o consorciado é sorteado ou dá um lance.
Apesar de considerar a compra à vista a modalidade mais vantajosa, a influenciadora Lai Santiago, acredita que o momento econômico do Brasil, com juros altos e crédito restrito, faz com que o consórcio seja vantajoso, em algumas situações.
"Caso o dinheiro que a pessoa tenha disponível não permita comprar a moto à vista, mas é suficiente para ganhar o lance e garantir a carta de crédito, o consórcio pode ser uma boa opção", explica Lai. Dessa forma, com um lance, não é preciso esperar ser contemplado para ter a moto ou a scooter em mãos e antecipar a aquisição do bem.
A educadora financeira, porém, alerta que é imprescindível fazer um levantamento não apenas do valor da moto que você deseja comprar, mas também dos custos para manter a motocicleta. Inclua na conta a documentação, os impostos e as revisões. Só, então, com valor em mãos, é possível comparar as modalidades de compra e escolher uma que se adeque ao seu orçamento mensal.
Consórcio de moto vale a pena quando:
Consumidor não tem dinheiro para comprar o bem à vista;
Quer fugir de juros altos encontrados no financiamento;
Não tem disciplina para poupar dinheiro sozinho e precisa fazer uma? poupança forçada;
Não tem urgência para adquirir o bem e pode esperar até a contemplação da carta de crédito;
Não pode esperar muito para adquirir o bem, mas tem reservas financeiras para oferecer lances.